A QUESTÃO DA HOMOSSEXUALIDADE
- Categoria: Volume 76 - Julho/Dezembro de 2013
- Autor: Othon Bastos
- Páginas: 1
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- ISSN: 1807-9865
- Biblioteca: Neurobiologia
- Ano: 2013
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Comentário
Editorial
A QUESTÃO DA HOMOSSEXUALIDADE
Othon Bastos (*)
Há muitos mitos e falácias em torno da homossexualidade. Desde os episódios de “Sodoma e Gomorra” no Antigo Testamento, às narrativas históricas Greco-Romanas (filósofos gregos, Nero, Calígula e tantos outros). Na realidade pode-se falar em várias modalidades de sexo: biológico, cromossômico, social e pessoal, na dependência dos relativismos sócio-culturais. As sociedades ocidentais de forte influência cristã há muitos séculos têm estigmatizados os portadores de problemas de identidade sexual. O “Malleos Maleficarum”, (Martelo das bruxas), da autoria de dois frades dominicanos do século XV, serviu de documento básico para as condenações aos tribunais da Inquisição nas idades média e início da moderna.
Fala-se em “opção sexual”, quando na verdade estamos diante de “imposições da natureza”. Minha convivência precoce com jovens coetâneos e alguns adultos com dificuldades de definição sexual, convenceram-me que: “quem pode seguir a norma social, nada ganha em ser diferente”, o que me auxiliou bastante como candidato a psiquiatra. A prática clínica de mais de 50 anos iria enriquecer minha experiência e capacitar-me a lidar melhor com estes casos que, antes dos atuais movimentos “GLS” eram mais freqüentes e sofridos. Muitos suicídios de jovens adolescentes decorriam da não aceitação familiar ou pessoal deste conflito. Era muito difícil convencer os pais acerca do fato e da dificuldade de enfrentá-lo. Alguns jovens mergulhavam, por vezes, em surtos psicóticos ou refugiavam-se na prática religiosa, ingressando em ordens e carreiras eclesiásticas. Felizmente a situação vem se modificando para melhor!